segunda-feira, 15 de outubro de 2018

1984 e a institucionalização das relações


1984 (1949), de George Orwell, é, sem nebulosas sombras de dúvida, uma das maiores distopias de todos os tempos. Juntamente com o clássico Huxleyano Admirável Mundo Novo (1932), 1984 pessimiza a sociedade, enfatizando o absurdo poder do Estado e nossa alienação assumida.

Este não é o primeiro trabalho de Orwell que traz discussões sobre o poder do Estado e alienação social. Pensar em distopia na literatura é pensar em Orwell, seja com 1984 ou com A Revolução dos Bichos (1945), além de outros críticos romances, ensaios e memórias. 

Situado em um mundo não tão distante do nosso, 1984 revela um Estado totalitário com uma sociedade completamente dominada pelo Estado e vigiada pelo Big Brother, a figura ditatorial. Além de apresentar as mazelas do Estado, Orwell sensibiliza corações literários com seus heróis apaixonados, Winston e Julia. Winston é o herói da trama, supostamente tem 39 anos, e vive um romance secreto com a jovem Julia, membro fiel ao Partido. O clímax da narrativa é o sentimentalismo no meio da frieza, o amor num Estado sem amor, que reprime qualquer tipo de sentimento.

Longe de todos os ministérios que dividiam os serviços governamentais, em distrito periférico e esquecido pelo Poder, os dois heróis se amavam, era um ato político. Sem teletela, sem minutos de ódio, sem partidarismo.
A união fora uma batalha, o clímax uma vitória. Era um golpe desferido do partido. Era um ato político.

Nenhum comentário:

Postar um comentário