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segunda-feira, 28 de julho de 2025

Cuidado com os Capitães da Areia

Joshua Woroniecki | Unsplash
Capitães da Areia (1937), é um clássico de Jorge Amado e também da literatura brasileira. A leitura deste livro exige atenção, como quem caminha pelos cantos e cais de Salvador com olhos bem abertos.

Em poucas páginas, os garotos de rua tomam o leitor de assalto, não com violência gratuita, mas com a urgência de quem nunca teve tempo para ser criança.
Desde pequenos, na arriscada vida da rua, os Capitães da Areia eram como homens, eram iguais a homens. Toda a diferença estava no tamanho. No mais, eram iguais: amavam e derrubavam negras no areal desde cedo, furtavam para viver como os ladrões da cidade. Quando eram presos apanhavam surras como os homens. Por vezes assaltavam de armas na mão como os mais temidos bandidos da Bahia. Não tinham também conversas de meninos, conversavam como homens. Sentiam mesmo como homens. Quando outras crianças só se preocupavam com brincar, estudar livros para aprender a ler, eles se viam envolvidos em acontecimentos que só os homens sabiam resolver. Sempre tinham sido como homens, na sua vida de miséria e de aventura, nunca tinham sido perfeitamente crianças. (p. 244)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Vou me embora para Tatipirun

 Se existe uma terra onde todos são livres, sem julgamentos, sem guerra e sem amo é Tatipirun. Eu te garanto! Essa terra foi inventada por Raimundo, o herói dos oprimidos em A terra dos meninos pelados.

A terra dos meninos pelados é um livro escrito por Graciliano Ramos logo após ser libertado da prisão em Ilha Grande no ano de 1937. Nacionalmente conhecido por Vidas Secas (1938), o amargurado clássico da cadelinha Baleia, o livro em questão contrasta-se por ser uma obra infantojuvenil.

Ué! Mas feito fábula pra adultos, é tão necessário quanto Monteiro Lobato, Andersen, Orwell e outras recomendações da farmácia universal de literatura. Graciliano Ramos - pegue esta indicação.

sexta-feira, 28 de março de 2025

O vazio de setembro em João Ubaldo Ribeiro

Setembro não tem sentido é o primeiro romance de João Ubaldo Ribeiro, lançado em 1968. Ambientada durante as celebrações do feriado de Sete de Setembro nos anos 60, a narrativa entrelaça duas histórias, a de Tristão, um boêmio que constantemente perturba os eventos da Semana da Pátria em Salvador com suas incessantes bebedeiras, e a de Orlando, um jornalista aposentado que vive isolado, relembrando seu passado com amargura enquanto sua sanidade se deteriora.

delírio recortado 

sexta-feira, 21 de março de 2025

"Lua crescente em Amsterdã" e os perrengues de viagem

Lua crescente em Amsterdã, conto de Lygia Fagundes Telles presente no livro Seminário dos Ratos (1977), é uma narrativa que mistura o cotidiano com o fantástico. A história acompanha um casal que, além de estar sem dinheiro, enfrenta dificuldades de comunicação em um país estrangeiro

Entre diálogos cortantes e reflexões existenciais, o conto leva o leitor a um desfecho inesperado, marcado pela metamorfose dos personagens.  

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Neurose de um homem só em “A Miniatura” (Elisa Palatnik)

A Miniatura (2005) é um romance cativante que combina humor ácido e suspense intrigante, escrito por Elisa Palatnik. A trama gira em torno de Emílio, um miniaturista introspectivo e neurótico que vive uma relação peculiar com Inês, sua namorada misteriosa - e alta!

Etactics Inc - Unsplash

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

As mulheres de Lima Barreto

Há diferentes representações femininas tematizando os contos e as crônicas de Lima Barreto. São mulheres cheias de estigmas, ora samaritanas, ora repletas de pecados capitais. Comuns e incomuns, se conversam, se conectam com seus paradoxos e paradigmas.

Com o exagero realista puramente brasileiro, Lima Barreto construiu suas personagens a partir de uma ótica pessimista, bem longe das alcovas romantizadas, foi de barzinhos a pensões, de subordinados aos soberbos de um subúrbio sem voz.