Atira para o mar as tuas coisas
abandona os teus pais
muda de nome
esquece a pátria
parte sem bagagem
fica mudo e ensurdece
abre os teus olhos.
Se o teu amor não vale tudo isso
então fica onde estás
gelado e quieto.
O amor só sabe ir de mãos vazias
e só vale se for
o único projeto.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Para cortar as amarras: Atira para o mar (Renata Pallottini)
sábado, 12 de outubro de 2024
Manoel de Barros: a necessidade de ser rio, folha, pedra…
Menino do Mato (2010) é um livro de Manoel de Barros que reúne poemas que abraçam a natureza, o verde, a pedra, a primavera, o sol e tudo que compõe o universo do poeta da roça. O texto marcado pela linguagem simples do poeta matogrossense explora sua relação com a natureza. Um mergulho na infância e na simplicidade da roça com poemas impregnados de uma visão única do mundo:
Eu queria ser banhado por um rio como um sítio é.
Como as árvores são.
Como as pedras são.
Eu fosse inventado de ter uma garça e outros pássaros em minhas árvores.
Eu fosse inventado como as pedrinhas e as rãs em minhas areias.
Eu escorresse desembestado sobre as grotas e pelos cerrados como os rios.
Sem conhecer nem os rumos como os andarilhos.
Livre, livre é quem não tem rumo.
Aqui, o rio, as árvores e as pedras representam estados de ser. O desejo de "ser banhado por um rio como um sítio é" e "como as árvores são" demonstra uma profunda aspiração por uma integração completa e harmoniosa com o ambiente natural.
sábado, 2 de fevereiro de 2019
William Wordsworth: uma ode à natureza
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Alvan Fisher (1792-1863)- Pastoral Landscape (Paisagem Pastoril) |
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Prefácio Interessantíssimo e a poesia de Mário de Andrade
“escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita”