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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Alberto Caeiro: o poeta da natureza

Alberto Caeiro, o famoso Guardador de Rebanhos, é um dos heterônimos mais icônicos de Fernando Pessoa. Caeiro nasceu para a simplicidade pura e a conexão direta com a natureza

Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos.

(Trecho da carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, de 13 de Janeiro de 1935.)

Este heterônimo é apresentado como um homem que viveu no campo, sem grandes ambições ou formações acadêmicas.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

O campo e a cidade, A Cidade e as Serras

 Li A Cidade e as Serras durante minha viagem ao Sul de Minas em junho, mais especificamente à sombra do limoeiro no Vale do Matutu, comunidade em Aiuruoca. Entre as montanhas, abri, pela primeira vez ao que me recordo, um livro de Eça de Queirós, escritor de Póvoa do Varzim, Portugal.

A Cidade e as Serras, que data 1900, possui um tom muito critico e reflexivo à modernidade que vai se moldando na virada do século. Um jovem típico da cidade chamado Jacinto depara-se com o campo, redescobrindo a leveza e a simplicidade contrastantes com o luxo e a mesquinhez alienantes cobertas de longos vestidos e chapéus caríssimos na Cidade Luz.


Não importa o século, o campo e a magnitude de suas serras ou de seus infinitos horizontes ainda são motivos para nos questionarmos o que a cidade tem a oferecer senão a mesquinhez, o egoísmo e um progresso destrutivo.
No silêncio do bosque sentia um lúgubre despovoamento do Universo. Não tolerava a familiaridade dos galhos que lhe roçassem a manga ou a face. Saltar uma sebe era para ele um acto degradante que o retrogradava ao macaco inicial. Todas as flores que não tivesse já encontrado em jardins, domesticadas por longos séculos de servidão ornamental, o inquietavam, como venenosas.

sábado, 22 de junho de 2024

Álvaro de Campos, um outro poeta português

Fernando Pessoa disse ter depositado em Álvaro de Campos toda a emoção que não cabia em si mesmo ou na vida. Essa afirmação revela a natureza singular desse heterônimo, que se torna um receptáculo das emoções mais íntimas do poeta. 

A lírica de Campos é carregada de modernidade, rompendo com as rimas tradicionais e abraçando a liberdade formal. É a expressão de um poeta-engenheiro em busca de fuga, sedento por liberdade na Lisboa em plena expansão dos anos 30.

sábado, 15 de junho de 2024

O que é dito em "Dizer do sopro" - Beatriz Hierro Lopes

Ernest Brillo - Unsplash

“Dizer do sopro”, publicado em 2023, reúne textos sob a ótica míope de Beatriz Hierro Lopes, escritora e historiadora portuguesa. 

A vida pelos olhos de um míope funde-se numa impressão de infinito, pela patológica incapacidade de se ver os limites do mundo. (MIOPIA II)