As aventuras contadas na ficção de Jack London dificilmente ultrapassam as de sua vida real. Em 12 de janeiro de 1876, o escritor que conhecemos como Jack London, que na verdade se chamava John Griffith Chaney, nasceu, em São Francisco, Califórnia.
Flora Wellman, mãe de London, se recusou a fazer o aborto, então, o possível pai, William H. Charney, a abandonou. A depressão de Flora foi tão forte que ela tentou se suicidar duas vezes em dois dias. Oito meses depois, Flora casou-se com John London, um viúvo com duas filhas e que deu ao seu novo filho seu sobrenome e seu amor.
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Esses episódios também contribuíram para o seu desejo por conhecimento, já que teve de abandonar os estudos aos 9 anos de idade. Aos 19 anos, London se matriculou na Escola de Oakland enquanto trabalhava como zelador no mesmo lugar.
Um ano depois, London deixou a escola e decidiu estudar sozinho, 15 horas por dia e com auxílio dos funcionários da Biblioteca Pública de Oakland, com o objetivo de passar no exame admissional da Universidade da Califórnia, em Berkeley. London fora finalmente aceito, mas a pobreza de sua família novamente mostrou ser uma responsabilidade muito grande, então ele deixou Berkeley depois de um semestre e tentou ganhar dinheiro escrevendo e trabalhando em uma lavanderia a vapor.
Quando seu cunhado convidou-o para a Corrida do Ouro em Klondike, em 1897, London logo concordou. Apesar de nunca ter encontrado ouro, London encontrou riquezas literárias, sua experiência no Alasca e no Canadá viraram histórias e foram vendidas para revistas em 1899. O avanço de London aconteceu em 1900, quando Houghton Mifflin concordou em publicar uma coleção de seus contos de Klondike, O Filho do Lobo.
Entre 1900 e 1905, London casou-se com Bess Maddern, com quem teve duas filhas. Na mesma época publicou O Chamado Selvagem (1903) e O Lobo do Mar (1904) e viajou para o Japão e Coréia para relatar a Guerra Russo-Japonesa. Quando voltou da Coréia, divorciou-se de Bess, comprou uma fazenda no Condado de Sonoma, em Glen Ellen, na Califórnia, e casou-se com Charmian Kittredge.
Homem cheio de energia e amor pela vida, Jack London escreveu mais de duzentos contos, vinte romances, quatrocentas obras de não-ficção e três peças em menos de vinte anos. Apesar de suas viagens pelo mundo e interesses diversos, ele manteve um cronograma rigoroso e disciplinado com a escrita: 1000 palavras (à mão) todas as manhãs! Sobre a escrita, London disse uma vez:
“As três grandes coisas são: saúde, trabalho e filosofia de vida. Posso acrescentar uma quarta: sinceridade. Sem isso, as outras três são inúteis. Com ela você pode se unir à grandeza e sentar-se entre os gigantes.”
Apesar de sua morte precoce, aos 40 anos, Jack London permanece sentado merecidamente entre os gigantes literários da América.
Texto original: http://www.neabigread.org/books/callofthewild/readers-guide/about-the-author/
Traduzido por: Fernanda Maite dos Passos
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