A partir deste momento, Boulle intensifica a história e
apresenta Mérou na luta para se manter vivo em meio ao caos que lhe é
introduzido. Como uma esponja, Ulysse absorve cada sentido de cada movimento
dos macacos, cada som de suas bocas, seus gostos, suas formas para tentar
triunfar e se apresentar como um ser digno.
No clímax da história, na parte em que Ulysse se torna o centro
de um grande debate e coloca à prova aquilo que poderia transformar todo o
enredo até ali formado, Pierre Boulle decide dar fim ao romance. Não que o
final da história seja ruim, aliás é bem digno, no entanto, o escritor deixa
muitas dúvidas no ar e transfere este peso ao leitor.
De qualquer forma, “O Planeta dos Macacos”, mais conhecido
por suas adaptações ao cinema do que pela obra original, merece ser lido independente
dos sentimentos que envolvem os filmes com o mesmo nome.
PS: Li a versão de “O Planeta dos Macacos” da Editora Aleph que merece os créditos pela qualidade do material e das imagens.
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