sábado, 31 de março de 2018

“O Planeta dos Macacos”, macacos não me mordam



Escrito pelo francês Pierre Boulle, em 1963, “O Planeta dos Macacos” causa uma fome quase que insaciável. O livro apresenta a aventura de três astronautas que viajam além das estrelas e encontram um planeta similar a Terra, mas com um porém, este planeta é tomado pelos macacos e os humanos são os “selvagens”, usados em testes médicos, em apresentações circenses e cobaias de experiências.

A partir do momento em que eles aterrissam no novo planeta, a viagem coloca Ulysse Mérou, personagem central da trama, à prova. Dois de seus companheiros acabam nas mãos dos macacos, um preso e o outro morto, e ele precisa se virar para tentar se comunicar com a elite pensante da nova sociedade para tentar sobreviver e voltar à Terra. Lembre-se: os humanos não mantinham comunicação, andavam nus e viviam sem nenhum tipo de privilégio.

A partir deste momento, Boulle intensifica a história e apresenta Mérou na luta para se manter vivo em meio ao caos que lhe é introduzido. Como uma esponja, Ulysse absorve cada sentido de cada movimento dos macacos, cada som de suas bocas, seus gostos, suas formas para tentar triunfar e se apresentar como um ser digno.

No clímax da história, na parte em que Ulysse se torna o centro de um grande debate e coloca à prova aquilo que poderia transformar todo o enredo até ali formado, Pierre Boulle decide dar fim ao romance. Não que o final da história seja ruim, aliás é bem digno, no entanto, o escritor deixa muitas dúvidas no ar e transfere este peso ao leitor.

De qualquer forma, “O Planeta dos Macacos”, mais conhecido por suas adaptações ao cinema do que pela obra original, merece ser lido independente dos sentimentos que envolvem os filmes com o mesmo nome.


PS: Li a versão de “O Planeta dos Macacos” da Editora Aleph que merece os créditos pela qualidade do material e das imagens. 

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