terça-feira, 24 de novembro de 2020

O poder da poesia na Sociedade dos Poetas Mortos

Dead Poets Society ou Sociedade dos Poetas Mortos é um filme contemplativo. Dirigido pelo australiano Peter Weir em 1989, que carrega na bagagem o brilhante e dramático The Truman Show (O Show de Truman), de 1998. Como neste mesmo filme, Weir nos faz refletir sobre um tema pertinente - vida e arte e o que nós fazemos com ela. Dead Poets Society fortalece a importância da sexta arte (literatura) para a sociedade. O filme também trata da relação professor-aluno, tendo como cenário o ensino autoritário. 

No final dos anos 50, o professor John Keating, estrelado por Robin Williams, entra para Academia Welton a fim de ensinar literatura para rapazes. Keating encontra algumas barreiras dentro da instituição, visto que seu método de ensino é bastante heterodoxo e confrontante com o método tradicional da Welton.

Seus métodos são incomuns e conduzem os alunos - garotos brancos de famílias tradicionais - à autoreflexão e ao olhar crítico e poético perante à sociedade. Keating instrui seus alunos a produzirem poesias e prosas, bem como fazer a leitura de grandes poetas e romancistas, levando alguns alunos a formarem a sociedade que titula o nome do filme. Graças ao talento e sabedoria de Keating e à literatura, os alunos são inspirados a perseguirem suas paixões individuais e tornarem suas vidas extraordinárias.


Ó Capitão! meu Capitão! 
(Walt Whitman / 1865)

Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,

Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.

O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,


Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.

Mas ó coração, coração!

O sangue mancha o navio,

No convés, meu Capitão

Vai caído, morto e frio.


Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;

Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.

Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,

Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam.

Capitão, querido pai,

Dormes no braço macio...

É meu sonho que ao convés

Vais caído, morto e frio.


Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,

Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.

Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.

E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.

Povo, exulta! Sino, dobra!

Mas meu passo é tão sombrio...

No convés meu Capitão

Vai caído, morto e frio.


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