segunda-feira, 5 de maio de 2025

Nem tudo é sobre humor: charges, cartuns e tirinhas

Nem tudo é sobre fazer rir. Charges, cartuns, tirinhas ou, simplesmente, histórias em quadrinhos, são comumente associadas ao universo infantil ou geek. No entanto, se folhearmos os jornais - como na moda antiga - ou abrirmos a rede social mais próxima para observar que estes gêneros vão muito além do universo Marvel ou Disney.

Gabriel Dantas | @bifedeunicornio

Charges, cartuns e tirinhas nos fazem rir mas também refletir, seja para falar de política, celebridades e até mesmo comportamento social.

“Na atualidade, os variados meios de comunicação, fazem com que se depare com diferentes formas de protesto e crítica. [...] O modo de se criticar é por meios de argumentos lógicos que possam convencer o leitor. Outra forma de criticar é por intermédio do riso que advindo da sátira, da ironia e do deboche empregados como mecanismos para interagir com o leitor e persuadi-lo a aceitar as ideias representadas.” (LESSA, 2007, p.8).

Liberdade de expressão

Aqui no Brasil, o surgimento das charges está fortemente ligado à liberdade de expressão e à subversão às ordens sociais. Dê só uma olhada no vídeo abaixo para entender melhor:



A liberdade de expressão viabiliza o direito de externar: sentimentos, críticas, objetivos, pensamentos e ideias. Bem como se opor ao que considera imoral, injusto ou incorreto.
“A liberdade de expressão pode se manifestar das mais variadas formas. [...] Inclui-se na liberdade de imprensa, assim como no discurso acadêmico, publicitário ou político. Abrange o direito de crítica e de discordância, próprios de uma sociedade pluralista, que, em contato com o diferente, exercita elevado grau de tolerância, o que lhe permite reais condições de crescimento intelectual e humanístico.” (VIANNA, 2013)

Podemos citar a icônica Mafalda do argentino Quino, uma personagem ainda criança que vive a questionar a sociedade e seus padrões patriarcais.

"O problema da grande família humana é que
todos querem ser o pai."
Mafalda | Quino

A presença elementos linguísticos e não linguísticos (ilustração) nesta forma de expressão formam um sentido que pode passar despercebido para muitos, ainda que faça parte de um gênero popular presente na mídia impressa e online.

Referências:

LESSA, D. P. O Gênero textual charge e sua aplicabilidade em sala de aula. Revista Travessias, n. 01. 2007.

VIANNA, José Ricardo Alvarez. Liberdade de expressão X direitos fundamentais. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3641, 20 jun. 2013.

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