sábado, 29 de junho de 2024

Quero morrer escrevendo (Dorly Antônio Follmann)

Joyce Hankins (Unsplash)

Eu também quero. Em Cantos da Cigarra: ensaiando primaveras, Dorly Antônio Follmann nos presenteia com 53 poemas sensíveis. Mais do que versos de um professor de Língua Portuguesa, encontramos a alma de um poeta que busca na escrita a fuga e o prazer.

Escrevo para quem ainda tem fome,

Para quem já encheu o vazio da solidão

E agora tem à mão a fartura.

Escrevo para quem tem alma pura

E coração carregadinho de amor

Escrevo…

O frasco virou

Escrevo…

Hoje é moda.

Quero ocupar o tempo,

Quero sentir o afago das palavras

Caindo no papel.

Escrevo…

Puro fel na cicatriz do tempo.

Escrevo…

O vento vai tombando a dor.

Quero morrer escrevendo

Mil versos pro meu amor.

Minha memória guarda o encontro com Dorly na Biblioteca Pública de Guaramirim, local onde trabalhei. Sua presença, mesmo em uma breve conversa no balcão de atendimento, foi suficiente para revelar a paixão que o consumia: a poesia.

Dorly transforma a escrita em um portal para a liberdade, um escape da realidade mundana. Cada verso é um refúgio, um bálsamo para a alma. A linguagem se torna um instrumento de fuga e prazer, permitindo ao poeta explorar as profundezas de seus sentimentos e pensamentos.

sábado, 22 de junho de 2024

Álvaro de Campos, um outro poeta português

Fernando Pessoa disse ter depositado em Álvaro de Campos toda a emoção que não cabia em si mesmo ou na vida. Essa afirmação revela a natureza singular desse heterônimo, que se torna um receptáculo das emoções mais íntimas do poeta. 

A lírica de Campos é carregada de modernidade, rompendo com as rimas tradicionais e abraçando a liberdade formal. É a expressão de um poeta-engenheiro em busca de fuga, sedento por liberdade na Lisboa em plena expansão dos anos 30.

sábado, 15 de junho de 2024

O que é dito em "Dizer do sopro" - Beatriz Hierro Lopes

Ernest Brillo - Unsplash

“Dizer do sopro”, publicado em 2023, reúne textos sob a ótica míope de Beatriz Hierro Lopes, escritora e historiadora portuguesa. 

A vida pelos olhos de um míope funde-se numa impressão de infinito, pela patológica incapacidade de se ver os limites do mundo. (MIOPIA II)

sábado, 8 de junho de 2024

Eu livre lendo Bakunin





Nasci para conhecer-te
E chamar-te
Liberdade. 

Na saudosa, que sequer vivi, década de 80, a L&PM publicou dentro de sua série Biblioteca Anarquista (reeditada nos anos 2000), textos do filósofo russo Mikhail BakuninDeus e o Estado, A Igreja e o Estado e a tensa relação com Marx compõem a seleção de textos primorosamente organizada pelo pensador francês contemporâneo de Bakunin Daniel Guérin

sábado, 1 de junho de 2024

Poesia e colagem: Bananas Podres (Ferreira Gullar)

Bananas Podres

Publicado em 2011 pela editora Casa da Palavra, Bananas Podres, do poeta maranhense Ferreira Gullarcompila os poemas “Bananas Podres”, “Bananas Podres 2”, publicados primeiramente em Na vertigem do dia (1975-80), e “Bananas Podres 3”, “Bananas Podres 4” e “Bananas Podres 5”, publicados na obra Em Alguma Parte Alguma (2010).