sábado, 29 de junho de 2024

Quero morrer escrevendo (Dorly Antônio Follmann)

Joyce Hankins (Unsplash)

Eu também quero. Em Cantos da Cigarra: ensaiando primaveras, Dorly Antônio Follmann nos presenteia com 53 poemas sensíveis. Mais do que versos de um professor de Língua Portuguesa, encontramos a alma de um poeta que busca na escrita a fuga e o prazer.

Escrevo para quem ainda tem fome,

Para quem já encheu o vazio da solidão

E agora tem à mão a fartura.

Escrevo para quem tem alma pura

E coração carregadinho de amor

Escrevo…

O frasco virou

Escrevo…

Hoje é moda.

Quero ocupar o tempo,

Quero sentir o afago das palavras

Caindo no papel.

Escrevo…

Puro fel na cicatriz do tempo.

Escrevo…

O vento vai tombando a dor.

Quero morrer escrevendo

Mil versos pro meu amor.

Minha memória guarda o encontro com Dorly na Biblioteca Pública de Guaramirim, local onde trabalhei. Sua presença, mesmo em uma breve conversa no balcão de atendimento, foi suficiente para revelar a paixão que o consumia: a poesia.

Dorly transforma a escrita em um portal para a liberdade, um escape da realidade mundana. Cada verso é um refúgio, um bálsamo para a alma. A linguagem se torna um instrumento de fuga e prazer, permitindo ao poeta explorar as profundezas de seus sentimentos e pensamentos.

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