sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Análise breve de Misto-quente (Bukowski)

Heinrich Karl Bukowski nasceu em Andernach, Alemanha, em 1920. Aos 3 anos, mudou-se para os Estados Unidos. Pequeno demais para viver a Era do Jazz, Bukowski seguiu por linhas mais outsiders e mundanas. Viveu por 50 anos em Los Angeles e faleceu em 9 de março de 1994, aos 73 anos.  

Joshua Coleman - Unsplash
Conhecido literalmente como Charles Bukowski, o escritor publicou seu primeiro conto aos 24 anos. Sua literatura é marcada por um tom autobiográfico, abordando temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, pessoas miseráveis e experiências escatológicas.  

Seu romance Ham on Rye (1982), em português Misto-quente um exemplo e resumo notável de sua literatura. Trata-se de um romance semi-autobiográfico que apresenta Henry Chinaski, o alterego de Bukowski. 

Narrado em primeira pessoa, o livro mergulha na infância e adolescência de Chinaski, explorando de forma crua e intensa as dificuldades e as complexidades de sua vida. O livro também marca sua percepção desde a infância à tenra idade. 

As primeiras crianças da minha idade que conheci estavam no jardim de infância. Elas pareciam muito estranhas, riam, conversavam e pareciam felizes. Eu não gostava delas.

De uma criança hater a um velho ranzinza, com solidão justificada diante de atitudes sinceras demais para uma sociedade marcada pela hipocrisia, nosso anti-herói vive entre sufocos cotidianos, paixões frustradas e sempre contra a corrente.

Eu tinha decidido contra a religião alguns anos atrás. Se fosse verdade, fazia as pessoas de tolas ou atraía tolos. E se não fosse verdade, os tolos eram ainda mais tolos.

O desprezo pelo comportamento social e a naturalização do fracasso são marcas registradas da literatura bukowskiana, fazendo dele um escritor que merecem um destaque moderado - sem idolatria, até porque, nem ele gostaria dessa tietagem

— Você é um cínico?  

— Estou infeliz. Se fosse cínico, provavelmente me sentiria melhor.

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