O pequeno conto Carcassonne do escritor estadunidense William Faulkner foi publicado pela primeira vez em 1931, como parte de uma coleção de história que incluem A Rose for Emily e Dry September. A narrativa é repleta de metáforas, transitando entre o real e o simbólico, a fragilidade da existência e a inevitabilidade da morte.
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Alex S | Pexels |
A história acompanha um homem em sua desesperada tentativa de enganar a morte. Numa trama não apenas física, mas também metafísica, onde os limites entre corpo e alma se tornam tênues.
Em certo ponto, o protagonista se vê em um diálogo surreal com seu próprio esqueleto, revelando um debate profundo entre carne e espírito — vida e transcendência.
Vivendo, como vivia, uma vida de aposentado, seu esqueleto não sabia quase nada do mundo. No entanto, tinha uma maneira surpreendente e exasperante de lhe fornecer informações triviais que haviam escapado temporariamente de sua mente. “Tudo o que você sabe é o que eu lhe digo”, disse ele.
“Nem sempre”, disse o esqueleto. “Eu sei que o fim da vida ainda não chegou”.
Ao apresentar o embate entre corpo e alma, Faulkner deixa ao leitor a tarefa de interpretar o destino do protagonista.
Corcel e cavaleiro trovejam, trovões diminuindo punitivamente: uma estrela moribunda na imensidão da escuridão e do silêncio dentro da qual, firme, desbotada, com seios profundos e graves de flanco, medita a figura sombria e trágica da Terra, sua mãe.
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