segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O Bilhete Premiado (Tchekhov): quando a felicidade encontra a fragilidade

@disparates.aglomerados

Anton Pavlovitch Tchekhov
(1860 – 1904) nasceu em Tagarong, cidade litorânea da Rússia, mais tarde foi para Moscou estudar medicina. Para se sustentar, escrevia em periódicos, a maioria de seus escritos da época (entre 1880) eram humorísticos. Por alguns anos atuou na área da medicina, mas entre 1885-87 Tchekhov decidiu se aprofundar na literatura e com uma temática mais séria. Foi em 87 também que ele escreveu O Bilhete Premiado.

A história deste conto gira em torno de Ivan Dmítritch, funcionário público que, ao descobrir que ganhou na loteria, passa a sonhar com uma vida de luxo e prazeres, desde doses de vodca infinitas a viagens pela Europa. No entanto, a euforia inicial é tomada pela angústia, pois ele percebe que a fortuna inesperada pode comprometer sua vida.

A esperança e o ódio desapareceram ambos de repente e, no mesmo instante, Ivan Dmítritch e sua mulher acharam os aposentos escuros, pequenos e abafados, e o jantar que tinham acabado de comer pesado e insosso, e as noites longas e enfadonhas.

O Bilhete Premiado tece uma trama rica em nuances e ironias, revelando os desejos, frustrações e ambições que movem seus personagens. O personagem principal, inicialmente visto como um homem simples e honesto, revela-se capaz de ambições mesquinhas e egoístas. A ironia reside na contradição entre seus desejos e suas ações, bem como na incapacidade de encontrar a felicidade mesmo diante da possibilidade de uma vida mais confortável.

- Terei de ir embora de casa, o diabo que me carregue. Vou sair e me enforcar na primeira árvore

Ivan busca a felicidade através da riqueza material, mas descobre que a verdadeira felicidade não se encontra nos bens materiais.

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