segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
A maldade humana em “O Demônio da Perversidade” (Poe)
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
A memória e a saudade em “Istambul” (Orhan Pamuk)
O que permanece e o que já se perdeu entre esquinas, festas de aniversário e encontros? O passado deixa marcas, evocando a nostalgia que nos acompanha. danilowoz (2022)
O livro Istambul: memória e cidade (2003), do escritor Nobel Orhan Pamuk, é uma obra profundamente impregnada pelo sentimento de saudade, que se revela tanto na relação do autor com a cidade quanto em sua própria trajetória pessoal.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
“The Flea”, de John Donne: a poesia metafísica em destaque
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Foto de CDC - Unsplash |
Parece que foi ontem a aula de Literatura Inglesa... Hoje, revisito com você um dos grandes expoentes da poesia metafísica: o poeta-pastor quinhentista John Donne (1572-1631). Protestante, nascido em Londres, Donne é conhecido por sua habilidade em transformar conceitos cotidianos em metáforas profundas.
Um exemplo clássico dessa habilidade está no poema The Flea ou A Pulga, onde um simples inseto se torna o centro de uma reflexão sobre amor, desejo e as convenções sociais.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
A angústia prisional de Victor Serge
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Foto de Vanessa Werder en Unsplash |
Victor Serge nasceu em 30 de dezembro de 1890, em Bruxelas, capital da Bélgica. De origem russo-polaca, era filho de um militante do grupo clandestino russo Zemlya i Volya (Terra e Liberdade).
Com o sangue de revolucionário correndo em suas veias, Serge seguiu os passos do pai e começou sua luta operária aos 15 anos, engajando-se em movimentos anarquistas pela capital belga. Em defesa da classe trabalhadora, exerceu a profissão de jornalista por muitos anos, incluindo durante seu exílio na América Latina.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
A paixão de Sarrasine em Balzac
Eu estava mergulhado em um daqueles devaneios profundos que dominam todo mundo, até um homem frívolo, no coração das festas mais tumultuosas. (p.7)
sábado, 14 de dezembro de 2024
O feminino em voga: As Três Marias - Rachel de Queiroz
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Colagem: @deliriorecortado |
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
O direito de deitar na grama
sábado, 9 de novembro de 2024
Torto Arado: sobre mulheres fortes
É um livro sobre mulheres fortes. Foi o que Carla disse quando me sugeriu Torto Arado (2019) de Itamar Vieira Junior. E sobre ser uma mulher forte, eu acredito no meu potencial destrutivo e regenerativo em 28 anos de vida.
A cena da faca ainda permanece na minha mente, talvez a mais forte da Literatura (sim, com L maiúsculo), superando até mesmo o salto de Anna Karenina sob a plataforma de trem.
Torto Arado é a vida sofrida em sua amálgama de terra, fome, excesso de patriarcado, sangue e traumas. Transita entre coragem e medo, entre sobreviver e fazer valer o que bate dentro de nós - mulheres ou homens. Mas, principalmente: mulheres.
Cada mulher sabe a força da natureza que abriga na torrente que flui de sua vida.
terça-feira, 5 de novembro de 2024
O campo e a cidade, A Cidade e as Serras
Li A Cidade e as Serras durante minha viagem ao Sul de Minas em junho, mais especificamente à sombra do limoeiro no Vale do Matutu, comunidade em Aiuruoca. Entre as montanhas, abri, pela primeira vez ao que me recordo, um livro de Eça de Queirós, escritor de Póvoa do Varzim, Portugal.
A Cidade e as Serras, que data 1900, possui um tom muito critico e reflexivo à modernidade que vai se moldando na virada do século. Um jovem típico da cidade chamado Jacinto depara-se com o campo, redescobrindo a leveza e a simplicidade contrastantes com o luxo e a mesquinhez alienantes cobertas de longos vestidos e chapéus caríssimos na Cidade Luz.
No silêncio do bosque sentia um lúgubre despovoamento do Universo. Não tolerava a familiaridade dos galhos que lhe roçassem a manga ou a face. Saltar uma sebe era para ele um acto degradante que o retrogradava ao macaco inicial. Todas as flores que não tivesse já encontrado em jardins, domesticadas por longos séculos de servidão ornamental, o inquietavam, como venenosas.
sábado, 12 de outubro de 2024
Manoel de Barros: a necessidade de ser rio, folha, pedra…
Menino do Mato (2010) é um livro de Manoel de Barros que reúne poemas que abraçam a natureza, o verde, a pedra, a primavera, o sol e tudo que compõe o universo do poeta da roça. O texto marcado pela linguagem simples do poeta matogrossense explora sua relação com a natureza. Um mergulho na infância e na simplicidade da roça com poemas impregnados de uma visão única do mundo:
Eu queria ser banhado por um rio como um sítio é.
Como as árvores são.
Como as pedras são.
Eu fosse inventado de ter uma garça e outros pássaros em minhas árvores.
Eu fosse inventado como as pedrinhas e as rãs em minhas areias.
Eu escorresse desembestado sobre as grotas e pelos cerrados como os rios.
Sem conhecer nem os rumos como os andarilhos.
Livre, livre é quem não tem rumo.
Aqui, o rio, as árvores e as pedras representam estados de ser. O desejo de "ser banhado por um rio como um sítio é" e "como as árvores são" demonstra uma profunda aspiração por uma integração completa e harmoniosa com o ambiente natural.