terça-feira, 27 de novembro de 2018

um lugar à mesa: Lavoura Arcaica (1975)

The Great Plains #AmericaBound @Sheila Collette Farm

"A terra, o trigo, o pão, a mesa, a família (a terra); existe nesse ciclo, dizia o pai nos seus sermões, amor, trabalho, campo."
Da partida ao retorno, Nassar narra, com apropriações bíblicas, o drama de André, a ovelha desgarrada da família de imigrantes libaneses. André vive (e sente) o amor incestuoso e proibido com Ana, sua irmã mais nova. A impossibilidade amorosa motiva a fuga da lavoura, assim como todo arranjo familiar, pautado no patriarcado e nos valores religiosos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

1984 e a institucionalização das relações


1984 (1949), de George Orwell, é, sem nebulosas sombras de dúvida, uma das maiores distopias de todos os tempos. Juntamente com o clássico Huxleyano Admirável Mundo Novo (1932), 1984 pessimiza a sociedade, enfatizando o absurdo poder do Estado e nossa alienação assumida.

Este não é o primeiro trabalho de Orwell que traz discussões sobre o poder do Estado e alienação social. Pensar em distopia na literatura é pensar em Orwell, seja com 1984 ou com A Revolução dos Bichos (1945), além de outros críticos romances, ensaios e memórias. 

domingo, 29 de abril de 2018

A sociedade ideal em "A Ilha" (Aldous Huxley)


A Ilha é o último romance escrito por  Aldous Leonard Huxley, publicado em 1962, um ano antes da morte do escritor. Inicialmente, o romance se revela longe da distopia huxleyana, revelando uma sociedade ideal, sem governantes, sem instituições opressoras, um sistema com princípios humanistas. 
@disparates.aglomerados

sábado, 31 de março de 2018

“O Planeta dos Macacos”, macacos não me mordam



Escrito pelo francês Pierre Boulle, em 1963, “O Planeta dos Macacos” causa uma fome quase que insaciável. O livro apresenta a aventura de três astronautas que viajam além das estrelas e encontram um planeta similar a Terra, mas com um porém, este planeta é tomado pelos macacos e os humanos são os “selvagens”, usados em testes médicos, em apresentações circenses e cobaias de experiências.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O ovo existencial



"O ovo é a alma da galinha. A galinha desajeitada. O ovo certo. A galinha assustada. O ovo certo. Como um projétil parado. Pois ovo é ovo no espaço. Ovo sobre azul. – Eu te amo, ovo."

Na mesa da cozinha temos um ovo e a busca por uma resposta. O ovo e a galinha segue uma linha gastrofilosófica, em  que Clarice Lispector convida o leitor para uma viagem ao universo do ovo. Quase um ensaio, um discorrer existencialista que envolve uma grande questão da humanidade, a origem do ovo e da galinha. 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Prefácio Interessantíssimo e a poesia de Mário de Andrade


 
No início do prefácio, chamado propositalmente de Prefácio Interessantíssimo, de Paulicéia Desvairada (1922), Mário de Andrade já deixa claro uma “impulsão lírica", caracterizada como: 
“escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita”

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Uma análise psicanalítica de Chapeuzinho Vermelho


É notável o objetivo de problematizar o conto, não no sentido de apontar problemas, mas de analisar minuciosamente a narrativa a partir de uma lógica ou teoria, no caso, a psicanálise. Neste caminho, o psicólogo austríaco Bruno Bettelheim seguiu para escrever “A Psicanálise dos Contos de Fadas” (1976).

O conto em pauta é um dos clássicos universais, a “Chapeuzinho Vermelho”, escrito pelo francês Charles Perrault, quase trezentos anos antes de Bettelheim publicar este livro. Além do clássico de Perrault, Bettelheim faz contrapontos com a adaptação dos Irmãos Grimm, escrita em 1812, e que porventura fez mais sucesso que a versão original.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Por que Jack London é rei?

As aventuras contadas na ficção de Jack London dificilmente ultrapassam as de sua vida real. Em 12 de janeiro de 1876, o escritor que conhecemos como Jack London, que na verdade se chamava John Griffith Chaney, nasceu, em São Francisco, Califórnia.
Flora Wellman, mãe de London, se recusou a fazer o aborto, então, o possível pai, William H. Charney, a abandonou. A depressão de Flora foi tão forte que ela tentou se suicidar duas vezes em dois dias. Oito meses depois, Flora casou-se com John London, um viúvo com duas filhas e que deu ao seu novo filho seu sobrenome e seu amor.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

As mulheres de Lima Barreto

Lima Barreto por Cássio Loredano
Há diferentes representações femininas tematizando os contos e as crônicas de Lima Barreto. São mulheres cheias de estigmas, ora samaritanas, ora repletas de pecados capitais. Comuns e incomuns, se conversam, se conectam com seus paradoxos e paradigmas.

Com o exagero realista puramente brasileiro, Lima Barreto construiu suas personagens a partir de uma ótica pessimista, bem longe das alcovas romantizadas, foi de barzinhos a pensões, de subordinados aos soberbos de um subúrbio sem voz.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O piloto e escritor

Foto de Billy Huynh en Unsplash


Além de escritor, Antoine de Saint-Exupéry, autor do clássico O Pequeno Príncipe, também foi piloto de caças franceses. As aventuras do escritor durante a Segunda Guerra Mundial são contadas no livro Piloto de Guerra, publicado em 1942, nos EUA.