Edgar Allan Poe é o mestre do suspense e da melancolia. Sendo capaz, se a sua insanidade permitir, de invadir seus sonhos com narrativas sombrias, onde paredes escondem segredos terríveis e corvos ganham um ar assassino. Na edição Poe: poemas e ensaios (1999) da Editora Globo, os poemas e ensaios são reunidos para explorar os aspectos mais melancólicos de sua obra, sem abandonar o estilo mórbido que marcou sua trajetória.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Zygmunt Bauman: liberdade líquida em tempos modernos
Eu estava tão feliz, eu podia chafurdar na lama e aquecer-me ao sol, eu podia comer e beber, grunhir e guinchar, e estava livre de meditações e dúvidas: “O que devo fazer, isto ou aquilo?”. Por que vieste? Para jogar-me outra vez na vida odiosa que eu levava antes?
Escrevo o rascunho deste texto à mão, sentada à beira-mar em uma praia quase deserta. Hoje, optei por uma vida mais analógica, enquanto reflito sobre leitura e liberdade, inspirada pelo livro Modernidade Líquida (1999), de Zygmunt Bauman. Em tempos de consumismo desenfreado e imediatismo digital, essa escolha parece quase uma rebeldia.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
O Bilhete Premiado (Tchekhov): quando a felicidade encontra a fragilidade
![]() |
@disparates.aglomerados |
Anton Pavlovitch Tchekhov (1860 – 1904) nasceu em Tagarong, cidade litorânea da Rússia, mais tarde foi para Moscou estudar medicina. Para se sustentar, escrevia em periódicos, a maioria de seus escritos da época (entre 1880) eram humorísticos. Por alguns anos atuou na área da medicina, mas entre 1885-87 Tchekhov decidiu se aprofundar na literatura e com uma temática mais séria. Foi em 87 também que ele escreveu O Bilhete Premiado.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Desertores da estética | PIXAÇÃO: A arte em cima do muro
![]() |
Islington, Londres |
encostar-se indivíduos
em ato de fuzilamento.
Também se pode em um muro
dizer, em cartazes ou letras
pintadas, palavras como “Paz”, “Merda” ou “Viva a Democracia".
Mas há o outro lado:
O lado de um muro onde moram as pessoas
que amam, trabalham e sofrem
– por sobre o qual (lado)
se acredita a linha estendida
de um presente mar-horizonte
na distancia interior
ARTE. Como uma palavra tão curta pode carregar tantos significados e preconceitos, não é mesmo? Quando pensamos na arte marginalizada da pixação e a comparamos com o graffiti, fica claro como manifestações artísticas similares geram percepções opostas. A pixação, com seu caráter rebelde, confronta diretamente o graffiti, muitas vezes confundido com ela.
![]() |
PIÁ, Joinville (SC) |
Luiz Henrique Pereira Nascimento — filósofo, ativista, professor e artista — dedicou três anos ao estudo da pixação e lançou o livro PIXAÇÃO: A arte em cima do muro (2015), no qual aborda profundamente essa forma de arte marginalizada feito pelos pichadores, desertores da estética artística tradicional.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Byron e o orgulho de guerra
![]() |
Theodoros Vryzakis (Domínio Público) |
O poema Neste dia eu completo meu 36º aniversário foi escrito por Lord Byron em 1824, durante seus últimos dias na Grécia, enquanto lutava pela independência do país. É uma obra profundamente introspectiva, que reflete o estado emocional do escritor inglês em sua maturidade, marcada por arrependimentos, solidão e uma busca por propósito.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Análise breve de Misto-quente (Bukowski)
Heinrich Karl Bukowski nasceu em Andernach, Alemanha, em 1920. Aos 3 anos, mudou-se para os Estados Unidos. Pequeno demais para viver a Era do Jazz, Bukowski seguiu por linhas mais outsiders e mundanas. Viveu por 50 anos em Los Angeles e faleceu em 9 de março de 1994, aos 73 anos.
![]() |
Joshua Coleman - Unsplash |
Seu romance Ham on Rye (1982), em português Misto-quente um exemplo e resumo notável de sua literatura. Trata-se de um romance semi-autobiográfico que apresenta Henry Chinaski, o alterego de Bukowski.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Alberto Caeiro: o poeta da natureza
Alberto Caeiro, o famoso Guardador de Rebanhos, é um dos heterônimos mais icônicos de Fernando Pessoa. Caeiro nasceu para a simplicidade pura e a conexão direta com a natureza.
Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos.
(Trecho da carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, de 13 de Janeiro de 1935.)
Este heterônimo é apresentado como um homem que viveu no campo, sem grandes ambições ou formações acadêmicas.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Jan D. Matthews: uma nova pedagogia para destruir a escola tradicional
O livro Para Destruir a Escolarização, de Jan D. Matthews, é um convite para uma reflexão profunda sobre a pedagogia clássica e moderna, questionando suas bases e relevância no mundo contemporâneo. Será mesmo que a "nova escola" é nova? E que ela ainda seja capaz de atender às demandas do indivíduo - algum dia ela realmente atendeu?
![]() |
Ken Elias (1977) |
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
A maldade humana em “O Demônio da Perversidade” (Poe)
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
A memória e a saudade em “Istambul” (Orhan Pamuk)
O que permanece e o que já se perdeu entre esquinas, festas de aniversário e encontros? O passado deixa marcas, evocando a nostalgia que nos acompanha. danilowoz (2022)
O livro Istambul: memória e cidade (2003), do escritor Nobel Orhan Pamuk, é uma obra profundamente impregnada pelo sentimento de saudade, que se revela tanto na relação do autor com a cidade quanto em sua própria trajetória pessoal.