Eu também quero. Em Cantos da Cigarra: ensaiando primaveras, Dorly Antônio Follmann nos presenteia com 53 poemas sensíveis. Mais do que versos de um professor de Língua Portuguesa, encontramos a alma de um poeta que busca na escrita a fuga e o prazer.
Escrevo para quem ainda tem fome,
Para quem já encheu o vazio da solidão
E agora tem à mão a fartura.
Escrevo para quem tem alma pura
E coração carregadinho de amor
Escrevo…
O frasco virou
Escrevo…
Hoje é moda.
Quero ocupar o tempo,
Quero sentir o afago das palavras
Caindo no papel.
Escrevo…
Puro fel na cicatriz do tempo.
Escrevo…
O vento vai tombando a dor.
Quero morrer escrevendo
Mil versos pro meu amor.
Minha memória guarda o encontro com Dorly na Biblioteca Pública de Guaramirim, local onde trabalhei. Sua presença, mesmo em uma breve conversa no balcão de atendimento, foi suficiente para revelar a paixão que o consumia: a poesia.
Dorly transforma a escrita em um portal para a liberdade, um escape da realidade mundana. Cada verso é um refúgio, um bálsamo para a alma. A linguagem se torna um instrumento de fuga e prazer, permitindo ao poeta explorar as profundezas de seus sentimentos e pensamentos.