segunda-feira, 7 de abril de 2025

Diálogo literário entre Andersen e Dostoievski

jarmoluk | pixabay

Em 1846, o renomado escritor dinamarquês Hans Christian Andersen publicou o famoso conto A pequena vendedora de fósforos. Dezenove anos depois, em 1865, o aclamado autor russo Fiodor Dostoievski lançou A árvore de Natal na casa de Cristo, uma obra que muitos consideram a "versão masculina" da narrativa de Andersen.

Entretanto, afirmar que Dostoievski apenas reescreveu a história de Andersen, substituindo a protagonista por um menino, seria uma simplificação excessiva. 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Ecologia, economia e política em conflito

O livro Diálogo sobre Ecologia, Ciência e Política resgata as discussões acadêmicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro durante a Rio-92. A obra, de 1993 e extremamente atual, é voltada para acadêmicos e entusiastas foi organizada por César Benjamin e é fruto de debates do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

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As falas abordam perspectivas otimistas e pessimistas sobre os impactos da industrialização. Questiona-se os interesses por trás da degradação ambiental e analisa alternativas para equilibrar desenvolvimento econômico e preservação da natureza

segunda-feira, 31 de março de 2025

Graham Greene: “O fim da festa" e o terror infantil

O fim da festa, um conto de Graham Greene publicado em 1929, explora o terror infantil e as consequências do medo. A história gira em torno de Francis, um menino atormentado por um medo paralisante da escuridão.

Rene Terp | Pexels 

sexta-feira, 28 de março de 2025

O vazio de setembro em João Ubaldo Ribeiro

Setembro não tem sentido é o primeiro romance de João Ubaldo Ribeiro, lançado em 1968. Ambientada durante as celebrações do feriado de Sete de Setembro nos anos 60, a narrativa entrelaça duas histórias, a de Tristão, um boêmio que constantemente perturba os eventos da Semana da Pátria em Salvador com suas incessantes bebedeiras, e a de Orlando, um jornalista aposentado que vive isolado, relembrando seu passado com amargura enquanto sua sanidade se deteriora.

delírio recortado 

segunda-feira, 24 de março de 2025

O peso da maternidade em "A Filha Perdida" (Elena Ferrante)

maternidade é frequentemente retratada como um ideal de amor incondicional e realização. No entanto, A Filha Perdida (2006) de Elena Ferrante, desmonta essa romantização, expondo os conflitos internos que acompanham essa experiência.
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eze_cmf | Unsplash

sexta-feira, 21 de março de 2025

"Lua crescente em Amsterdã" e os perrengues de viagem

Lua crescente em Amsterdã, conto de Lygia Fagundes Telles presente no livro Seminário dos Ratos (1977), é uma narrativa que mistura o cotidiano com o fantástico. A história acompanha um casal que, além de estar sem dinheiro, enfrenta dificuldades de comunicação em um país estrangeiro

Entre diálogos cortantes e reflexões existenciais, o conto leva o leitor a um desfecho inesperado, marcado pela metamorfose dos personagens.  

segunda-feira, 17 de março de 2025

Elisa Allen florescendo em “Os Crisântemos” (Steinbeck)

John Steinbeck é reconhecido como um dos autores mais influentes da literatura norte-americana, cujas obras são marcadas por narrativas profundas que exploram temas sociais. O conto "Os Crisântemos", publicado em 1938, aborda a questão da autonomia feminina.

Valeriia Miller | corelens

sexta-feira, 14 de março de 2025

O lar desconstruído em Apelo (Dalton Trevisan)

O pequeno conto Apelo de Dalton Trevisan aborda perda e saudade, explorando a desordem emocional e doméstica causada pela ausência de uma mulher. Através da voz de um marido aflito, Trevisan revela a dependência emocional e prática em relação à figura feminina, um reflexo dos estereótipos de gênero presentes na sociedade.

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

segunda-feira, 10 de março de 2025

A Cor Púrpura: resistência e empoderamento

A Cor Púrpura é um romance escrito por Alice Walker e publicado em 1982, vencedor do Prêmio Pulitzer. A obra conta a história de Celie, uma jovem afro-americana que cresce em meio à pobreza e segregação no sul dos Estados Unidos.

Ricardo IV Tamayo | Unsplash 

Desde a infância, Celie enfrenta uma realidade devastadora, marcada pelo abuso físico e psicológico de seu padrasto. Como mulher negra e pobre, vive aprisionada em um ciclo de opressão e intolerância.  

sábado, 8 de março de 2025

A Mulher Ferida e a figura paterna (Linda Leonard)

Nascemos no mesmo lar, mas não defendemos os mesmos ideais. 

Temos o mesmo sangue, mas não sentimos as mesmas coisas.

Sangue, carne, ossos, memória e trauma. (À sombra incômoda da árvore)

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Rubén Bagüés | Unsplash

A infância é um território que percorremos por toda a vida. Essa frase ressoou profundamente em mim ao ler A Mulher Ferida: em busca de um relacionamento responsável entre homens e mulheres (1997) de Linda Schierse Leonard, uma obra que dialoga com muitas mulheres ao abordar a influência da figura paterna em nossas vidas.