Llanura venezuelana! Propícia para o esforço, como foi para a façanha, terra de horizontes abertos, onde uma raça boa ama, sofre e espera!...
segunda-feira, 14 de abril de 2025
A força llanera em "Dona Bárbara" (Rómulo Gallegos)
sexta-feira, 11 de abril de 2025
A angústia cotidiana em "Os Ratos" (Dyonélio Machado)
Publicado em 1935, Os Ratos, de Dyonélio Machado, é um romance que mergulha na ansiedade de um homem comum diante de uma dívida aparentemente banal, mas devastadora. O protagonista, Naziazeno, representa o cidadão urbano sem privilégios, esmagado pelo sistema e pela obrigação de pagar o leiteiro.
segunda-feira, 7 de abril de 2025
Diálogo literário entre Andersen e Dostoievski
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jarmoluk | pixabay |
Em 1846, o renomado escritor dinamarquês Hans Christian Andersen publicou o famoso conto A pequena vendedora de fósforos. Dezenove anos depois, em 1865, o aclamado autor russo Fiodor Dostoievski lançou A árvore de Natal na casa de Cristo, uma obra que muitos consideram a "versão masculina" da narrativa de Andersen.
Entretanto, afirmar que Dostoievski apenas reescreveu a história de Andersen, substituindo a protagonista por um menino, seria uma simplificação excessiva.
sexta-feira, 4 de abril de 2025
Ecologia, economia e política em conflito
O livro Diálogo sobre Ecologia, Ciência e Política resgata as discussões acadêmicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro durante a Rio-92. A obra, de 1993 e extremamente atual, é voltada para acadêmicos e entusiastas foi organizada por César Benjamin e é fruto de debates do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
As falas abordam perspectivas otimistas e pessimistas sobre os impactos da industrialização. Questiona-se os interesses por trás da degradação ambiental e analisa alternativas para equilibrar desenvolvimento econômico e preservação da natureza.
segunda-feira, 31 de março de 2025
Graham Greene: “O fim da festa" e o terror infantil
O fim da festa, um conto de Graham Greene publicado em 1929, explora o terror infantil e as consequências do medo. A história gira em torno de Francis, um menino atormentado por um medo paralisante da escuridão.
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Rene Terp | Pexels |
sexta-feira, 28 de março de 2025
O vazio de setembro em João Ubaldo Ribeiro
Setembro não tem sentido é o primeiro romance de João Ubaldo Ribeiro, lançado em 1968. Ambientada durante as celebrações do feriado de Sete de Setembro nos anos 60, a narrativa entrelaça duas histórias, a de Tristão, um boêmio que constantemente perturba os eventos da Semana da Pátria em Salvador com suas incessantes bebedeiras, e a de Orlando, um jornalista aposentado que vive isolado, relembrando seu passado com amargura enquanto sua sanidade se deteriora.
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delírio recortado |
segunda-feira, 24 de março de 2025
O peso da maternidade em "A Filha Perdida" (Elena Ferrante)
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eze_cmf | Unsplash |
sexta-feira, 21 de março de 2025
"Lua crescente em Amsterdã" e os perrengues de viagem
Lua crescente em Amsterdã, conto de Lygia Fagundes Telles presente no livro Seminário dos Ratos (1977), é uma narrativa que mistura o cotidiano com o fantástico. A história acompanha um casal que, além de estar sem dinheiro, enfrenta dificuldades de comunicação em um país estrangeiro.
Entre diálogos cortantes e reflexões existenciais, o conto leva o leitor a um desfecho inesperado, marcado pela metamorfose dos personagens.
segunda-feira, 17 de março de 2025
Elisa Allen florescendo em “Os Crisântemos” (Steinbeck)
John Steinbeck é reconhecido como um dos autores mais influentes da literatura norte-americana, cujas obras são marcadas por narrativas profundas que exploram temas sociais. O conto "Os Crisântemos", publicado em 1938, aborda a questão da autonomia feminina.
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Valeriia Miller | corelens |
sexta-feira, 14 de março de 2025
O lar desconstruído em Apelo (Dalton Trevisan)
O pequeno conto Apelo de Dalton Trevisan aborda perda e saudade, explorando a desordem emocional e doméstica causada pela ausência de uma mulher. Através da voz de um marido aflito, Trevisan revela a dependência emocional e prática em relação à figura feminina, um reflexo dos estereótipos de gênero presentes na sociedade.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.