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Lex Sirikiat | Unsplash |
segunda-feira, 14 de julho de 2025
A cor triste de Tsukuru Tazaki ou notas de Murakami
segunda-feira, 7 de julho de 2025
A tristeza da imortalidade no conto "Centauro" de José Saramago
A figura do centauro nos remete à força, mas na lenda de Quíron, esta criatura mitológica apresenta uma faceta sombria. Ferido por uma flecha envenenada, a natureza o condenou a um sofrimento eterno. Quíron jamais morreria.
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Biblioteca Pública de Boston | Unsplash |
A solidão dos dias eternos em Centauro de José Saramago
No conto Centauro, José Saramago parece dialogar com essa angústia da eternidade de Quíron. Longe do heroísmo atribuído a outros centauros, o protagonista carrega o peso de uma fadiga de séculos e milênios, uma exaustão que vai além do físico e atinge a sua essência e sua existência híbrida.
O tempo foi passando. Por fim, já não lhe sobrava terra para viver com segurança. Passou a dormir durante o dia e caminhar de noite. Caminhar e dormir. Dormir e Caminhar. Sem nenhuma razão que conhecesse, apenas porque tinha patas e sono. Comer não precisava. E o sono era necessário para que pudesse sonhar. E a água, apenas porque era a água.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
A memória coletiva em O livro do riso e do esquecimento (Kundera)
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Farmácia Literária: a cura pelo livro
Libreria Acqua Alta em Veneza |
A biblioterapia é a prática de usar a literatura como ferramenta de cura emocional e autoconhecimento.
Combinando elementos da psicologia com o poder transformador da arte literária, Farmácia Literária se torna um verdadeiro guia de prescrição de livros — uma espécie de manual para a alma em tempos de crise, dúvida, tristeza ou alegria.
Neste livro, cada sintoma vem acompanhado de uma sugestão literária cuidadosamente escolhida. Está com o coração partido? Sofrendo de ansiedade? Sentindo-se perdido ou precisando de inspiração? Há um livro certo para cada estado de espírito! São mais de 400 opções de livros para cada tipo de sentimento.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
Lições de "Cidadela" - Antoine de Saint-Exupéry
Cidadela é, para mim, um dos livros mais sensíveis de Antoine de Saint-Exupéry, escritor francês mundialmente famoso pelo O Pequeno Príncipe.
São mais de seiscentas páginas de um ensaio narrado em primeira pessoa: reflexivo, filosófico, poético - mesmo em estrutura de prosa. A literatura saint-exupéryana - termo que sequer pesquisei se existe na Teoria Literária - é composta de sensibilidade.
segunda-feira, 9 de junho de 2025
Junot Díaz e a fantástica família dominicana
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A capital Santo Domingo (Ronald Vargas | Unsplash) |
segunda-feira, 2 de junho de 2025
"Batismo de Sangue" e a esquerda católica no Brasil
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Maria Fernanda Pissioli | Unsplash |
Publicado em 1982, Batismo de Sangue: guerrilha e morte de Carlos Marighella, do frade Frei Betto, é um valioso registro histórico para compreendermos a silenciosa atuação da esquerda católica durante a Ditadura Militar no Brasil. A atuação deste grupo foi profundamente marcada pela compaixão cristã, um pilar de amor, mas também de ação e revolta.
Longe de se manter alheia à repressão, uma parcela significativa da Igreja Católica brasileira teceu uma rede de proteção que acolheu militantes perseguidos de todo o país e, inclusive, de outros Ditaduras pela América do Sul, oferecendo-lhes refúgio e apoio em face da violência estatal.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Thoreau: Maçãs silvestres e cores de outono
Em Thoreau, sobretudo, podemos navegar entre ensaios políticos, acadêmicos, relatos de uma vida autossustentável e, como no caso de Maçãs silvestres e cores de outono, sobre macieiras e a beleza outonal. É momento de pausa, como férias da mente para aproveitar e discorrer sobre a simplicidade da vida.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Para cortar as amarras: Atira para o mar (Renata Pallottini)
Atira para o mar as tuas coisas
abandona os teus pais
muda de nome
esquece a pátria
parte sem bagagem
fica mudo e ensurdece
abre os teus olhos.
Se o teu amor não vale tudo isso
então fica onde estás
gelado e quieto.
O amor só sabe ir de mãos vazias
e só vale se for
o único projeto.
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Tristessa: amar também é para os beats (Kerouac)
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Aquiles Carattino | Unsplash |
Eu poderia, com toda a minha experiência literária e de vida em frustrações amorosas, dizer que esta foi uma paixão de cinema. Feroz, quente, carnal e frustrante. Quando Jack Kerouac se apaixonou por Tristessa, era certo que - não daria certo - seria uma paixão de tirar o fôlego até o fim.
Foi na Cidade do México que tudo começou. Bebidas, saco de dormir, dores e Tristessa. Tristessa foi uma prostituta mexicana viciada em morfina, com quem Karouac se relacionou na década de 50.